16.5.15

SEPE-RJ DERRUBA MEDIDA AUTORITÁRIA DA PREFEITURA DO RIO

Por MARIO AUGUSTO JAKOBSKIND - Via Brasil de Fato -

E não seria agora, 30 anos depois do fim formal da ditadura que se pode aceitar uma Prefeitura voltando a se valer de legislação arbitrária para punir quem a critica. 

Como se não bastassem os convênios da Prefeitura do Rio para a adoção de questionáveis apostilas das Fundações Roberto Marinho e Ayrton Senna, fato totalmente silenciado pela mídia hegemônica, um professor concursado de Geografia, Breno Mendes, foi demitido por ter criticado a Secretaria Municipal de Educação no Facebook.

Mas graças a uma liminar do Departamento Jurídico do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (SEPE-RJ) a punição foi revogada e consequentemente o professor Breno readmitido.

Para adotar a medida punitiva, a Secretária, professora Helena Bomeny, utilizou artigo remanescente do período ditatorial em que é exigido dos servidores públicos "lealdade e respeito às instituições administrativas que servir".

Se a Secretária de Educação se vale de padrões da época em que o Brasil estava mergulhado no autoritarismo para punir professores, pode-se imaginar o que acontece nas salas de aula, nas escolas e demais instituições a ela vinculadas.

Pode-se imaginar também de que forma a demissão do servidor público Breno Mendes repercutiu na categoria dos professores, maltratados pelo poder público, não só no Rio de Janeiro, como em outras regiões do país. Considerando a recente ação da Polícia Militar do Paraná ao reprimir com extrema violência mestres que protestavam na área da Assembleia Legislativa, contra um projeto considerado nocivo aos servidores públicos daquele Estado. Tão nocivo, que o Ministério Público pediu a revogação desse projeto, que foi aprovado pelos parlamentares correligionários do governador Beto Richa, do PSDB. 

Administrador bem sucedido? 

O Prefeito Eduardo Paes, do PMDB, muito bajulado pela mídia conservadora e que diariamente aparece nos “jornalões” e “telejornalões” como “administrador bem sucedido”, deveria ser chamado para esclarecer o acontecimento que envergonha o Rio de Janeiro, uma cidade cuja população nunca aceitou conviver com o autoritarismo.

E não seria agora, 30 anos depois do fim formal da ditadura que se pode aceitar uma Prefeitura voltando a se valer de legislação arbitrária para punir quem a critica.

Independente da medida jurídica do SEPE-RJ que revogou a demissão, o Prefeito Eduardo Paes deve ser questionado por qual motivo mantém uma secretária que não sabe liderar com críticas, quando ela deveria servir de exemplo para os mestres cariocas. E também porque da adoção das apostilas das Fundações Roberto Marinho e Ayrton Senna.