MIRANDA SÁ -
Há um tipo de caranguejo, endêmico no litoral atlântico dos EUA até a
Patagônia argentina, o Ocypode quadrata, que os povos nativos chamavam
de caranguejo fantasma, pelo inusitado do seu aparecimento e a
velocidade do seu desaparecimento. Nas praias brasileiras recebem os
nomes de aguarauçá, espia maré, maria-farinha, papa-defunto e vaza maré.
Na sua simplicidade, é parente de família da alta linhagem: o
caranguejo que entre os antigos egípcios era o deus Anúbis e na
mitologia romana, consagrado a Mercúrio. Também entrou no Zodíaco, o
“círculo de animais” da astrologia, onde representa a lua.
É do folclore que os caranguejos andam para trás, crença nascida do
antigo ditado português, ‘andar para trás como caranguejo’, isto, porém,
não é verdade, segundo observadores e pesquisadores. Esses constatam
que tais crustáceos decápodes, andam de lado.
A sabedoria popular, que não obedece à ciência oficial, insiste em se
referir ao andar do caranguejo como perder terreno, dar marcha ré,
retroceder, recuar.
Quando a graduanda em Comunicação Social na Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Mariana Meneses Fernandes expôs na sua tese sobre a
particularidade do caranguejo, escreveu: “não são unicamente
caranguejos que possuem essa prática, pessoas também fazem isso,
principalmente quando se trata de poder político”.
Inspirado na proposição da comunicóloga, penso que andar para trás ou
andar de lado, tem também relação com os países, e o melhor exemplo é o
Brasil que nos últimos 13 anos de desastrosos poder lulo-petista andou
para trás.
Falo por observação pessoal, direta e política sem sociologismo.
Batalhando pela liberdade de imprensa e livre expressão do pensamento
contra os regimes narco-populistas que sucederam aos regimes militares
na América Latina, tenho visitado vários países, que já conhecia
anteriormente. Todos avançaram.
Assunção, Buenos Aires, Montevideo, Lima e Santiago, que cresceram
enormemente nos últimos 15 anos, dão um banho de cuia no Rio de Janeiro e
em São Paulo na urbanidade, pela limpeza das ruas, o cuidado com as
praças e os parques e a garantia de segurança pública.
Isto sem falar do transporte coletivo. Minha última estada em Lima –
que não tem metrô subterrâneo – mostrou-me a excelência dos BRTs,
deslocando-se com precisão ao meio do trânsito apenas um pouco menos
caótico do que o de Bombaim.
Esta observação comprova que o Brasil anda para trás (ou de lado como
queiram) como um caranguejo, pela incompetência administrativa e
principalmente pelo desvio do dinheiro público. Envergonha-me dizer aos
‘hermanos’ que as grandiosas cidades do Rio e São Paulo, e grande parte
das capitais estaduais, são enormes lixeiras, dominadas por mendigos,
loucos e drogados, e sem qualquer segurança.
Parece-me que esta realidade se deve ao ideologismo canhestro do
lulo-petismo, cujo prefeito da maior cidade da América Latina, São
Paulo, aprova o uso das calçadas como abrigo para o “povo da rua” e dá
hospedagem e bolsas para drogados.
Vê-se também uma politicagem demagógica que usa o saneamento e a
varredura das ruas como instrumento eleitoral, mantendo um número
considerável de garis, cuja imensa maioria nada faz ou servem apenas de
modelo coreográfico nas idiotas reportagens televisivas…
Em termos de segurança, nosso País é um zero à esquerda (sem
trocadilho). Dizem-me que Buenos Aires é insegura; mentira. Andei não
somente na Florida e adjacências, como pelos seus subúrbios; além disso,
leio os jornais e a violência é pontual. Um ou outro batedor de
carteiras (chilenos ou bolivianos, como dizem lá) são ocorrências, mas
nada mais que isso.
Em Assunção, Lima e Montevideo pode-se andar com absoluta segurança a
qualquer hora do dia ou da noite. Enfim, tudo isso nos obriga a culpar o
aparelho do estado em todos os seus níveis, municipal, estadual ou
federalmente, pela realidade em que vivemos.
Como o exemplo vem de cima, o espelho que o governo federal
lulo-petista reflete é de incoerência, inépcia e, porque não dizer, de
estupidez e roubalheira. Este é um dos inúmeros motivos que nos levam à
oposição e a oposição da resistência é feita nas ruas.
Assim, os inconformados como eu não aceitam viver como caranguejos no
mar de lama do PT e satélites, e vão contestar no dia 17 de maio
ocupando as avenidas e as praças!
