Via Opera Mundi -
Milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades do mundo para
celebrar o Dia do Trabalhador, comemorado nesta sexta-feira (01/05), 1º
de maio. Houve manifestações em Portugal, Guatemala, Peru, El Salvador,
Grécia, Cuba, Alemanha e em diversos outros países, e registros de
confrontos em Istambul, Hamburgo e Berlim.
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| 1.º de Maio na Turquia marcado por confrontos e detenções perto da Praça Taksim |
Em Portugal, os protestos foram convocados pelas centrais sindicais e
Lisboa e Porto tiveram as maiores concentrações de público. As próximas
eleições, que acontecem dentro de aproximadamente cinco meses, centraram
grande parte dos discursos, as palavras de ordem e as mensagens
transmitidas durante todo o dia, no qual os cravos vermelhos - símbolo
da chegada da democracia no país - voltaram a ser protagonistas.
Em Atenas, cerca de 15 mil pessoas, entre elas vários membros do
Executivo, se reuniram no primeiro Dia do Trabalhador sob o governo do
partido de esquerda Syriza. O lema principal deste ano era a restauração
dos direitos trabalhistas e a eliminação as políticas de austeridade,
duas exigências que a administração defende.
Já em Cuba, o presidente do país, Raúl Castro, e o líder venezuelano,
Nicolás Maduro, comandaram a passeata de celebração do 1º de Maio na
Praça da Revolução de Havana, que foi dedicada a apoiar a revolução
cubana, a integração regional e a Venezuela. Castro e Maduro foram
recebidos com aplausos na tribuna da esplanada, onde também estavam
outros dirigentes do governo cubano, líderes da Central de Trabalhadores
de Cuba (CTC) e mais de 2.000 convidados estrangeiros de diferentes
organizações.
Por sua vez, os italianos focaram as manifestações no país na melhoria
das condições para trabalhadores e imigrantes. Os três maiores
sindicatos do país - Cgil, Cisl e Uil - optaram por comemorar sua
manifestação nacional no município de Pozzallo, na região da Sicília, um
local que recebe vários imigrantes resgatados em alto-mar. Eles saíram
pelas ruas sob o lema "A solidariedade faz a diferença. Integração,
trabalho e desenvolvimento. Respeitemos os direitos de todos. Ninguém
está excluído".
Violência
Na Turquia a polícia bloqueou o centro de Istambul para evitar
celebrações do 1º de Maio. Mesmo assim, pelo menos 70 pessoas foram
presas no início da manhã desta sexta. Mais de 20 mil policiais e 70
veículos armados controlaram o acesso à Taksim em um raio de três
quilômetros, com barreiras, interrupções nos serviços de transporte e
até mesmo fechamento do espaço aéreo.
Segundo a imprensa turca, outros 30 integrantes do Partido Comunista
também foram detidos pelas autoridades ao tentar chegar à praça através
de um hotel próximo. Eles resistiram à prisão formando uma corrente
humana com seus braços e pernas.
Agentes à paisana estão fazendo prisões aleatórias de pessoas que consideram como suspeitos, de acordo com o jornal Hurriyet. Além disso, vários grupos de manifestantes foram dispersados após o uso de gás lacrimogêneo, diz o site BirGun Daily.
Na Alemanha, as denominadas manifestações "revolucionárias" do 1º de
maio em Hamburgo, organizadas por grupos de esquerda e antissistema,
terminaram nesta sexta-feira em enfrentamentos com a polícia, que
utilizou material antidistúrbio para dispersar os presentes.
Neste ano eram duas as passeatas de esquerda organizadas na cidade por
diferenças entre os organizadores, mas a primeira delas, com cerca de
700 participantes, foi dissolvida por unidades de cavalaria da polícia
pouco após começar. As forças de segurança, que narraram sua atuação
através das redes sociais, utilizaram canhões de água para dispersar os
manifestantes, que enfrentaram a polícia lançando vários objetos.
A segunda passeata, mais numerosa, percorreu o bairro de Altona e
terminou com violentos confrontos entre os agentes e vários dos
participantes, que lançaram garrafas e morteiros.
Por outro lado, a tradicional "manifestação revolucionária" do 1º de
maio em Berlim contou com a presença de cerca de 18.000 pessoas, segundo
a polícia. A maioria dos participantes percorreram de forma pacífica as
ruas do multicultural bairro de Kreuzberg, mas grupos de encapuzados se
enfrentaram em vários pontos com as forças de segurança, com mais de
6.000 agentes de serviço, e lançaram também garrafas, pedras e ovos.
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