HELIO FERNANDES - Via blog do autor -
Não é segredo nem novidade: Rui Barbosa estudou
atentamente a Constituição dos EUA, para fazer o anteprojeto e ser o relator na
constituinte de 1981. Nos 227 anos da República americana, apenas uma
Constituição.
Nos 126 anos de República brasileira, muitas, varias,
sem contar os “atos” e os “Decretos” das duas ditaduras ostensivas. Assim, como
houve tremenda deturpação, tratarei apenas de importante questão do número de
senadores e a duração dos seus mandatos.
Nos EUA: 6 anos e dois senadores, do inicio até hoje.
No Brasil: 6 anos e dois senadores até 1947. Em, 2 de dezembro de 1945, derrubada
a Ditadura, houve eleição para presidente e senadores. O mais alto cargo,
mandato de 5 anos. (sem reeleição).
Senadores: os mesmos dois, mantido também a duração em
seis anos.
Na Constituição de 46 por pressão política, alteração e
os senadores passaram a ser três, a duração foi para oito anos. O que se
concretizou em 19 de janeiro de 1947, e se mantém até agora, quando o relator
da “reforma política”, fez a proposta de aumentar os mandatos para 10 anos. Ele
mesmo recuou e confessou: “200 milhões de habitantes protestaram”.
Estou fazendo a análise só do senado com alerta,
advertência, e o lembrete; se alguns esperam que surja reforma política (sem
aspas), verdadeira, autentica, que sirva realmente para a coletividade, perca a
esperança.
Esse Legislativo que está aí, cuida apenas dos seus
interesses mesquinhos. Com as exceções de praxe, que o Judiciário chama de
data-venia.
Não querendo me intrometer nas coisas divinas, mas já
me intrometendo, parece que o Papa Francisco caiu do Céu. Surgiu praticamente
do nada, não fez campanha eleitoral, foi aclamado, não agradeceu a ninguém. E
desde o inicio deixou evidente: Não de adaptaria a luxuosa liturgia da igreja.
Passou a aparecer com insistência na janela do
Vaticano, com linguagem inteiramente nova. E sem se render a tecnologia
computadorizada, é o que ele mesmo escreve a lápis, que carreira em folhas de
papel. E foi surpreendendo a todos, interna e externamente.
Até que um dia, inesperadamente, mas aplaudido pelos
milhares a sua frente e os milhões do resto do mundo, proclamou: “Sejam todos
revolucionários”. E não ficou na indispensável verbalização, foi ele mesmo
revolucionário na ação na pregação e na realização.
Petrobras
Bendine, presidente substituto da empresa, informou e
afirmou oficialmente; “Ainda em 2015, a produção do pré-sal vai aumentar 70 por
cento”. Em nome da transparência, devia informar qual é hoje a produção do
pré-sal. 70 por cento de pouco pode ser quase nada.
Como trouxe o assunto a público, devia esclarecer, a
opinião pública está interessadíssima: “O sistema de exploração desse tipo de
petróleo, mudará? A forma ou formula usada até agora é altamente favorável á
Petrobras”.
O que se fala nos bastidores da própria Petro: “A
empresa não tem equipamentos indispensáveis, precisa conceder 30 por cento a um
grupo multinacional”. Se necessita equipamentos, pode compra-los, isso tem
feito até aqui. Sem pagar o preço exorbitante e inaceitável de dividir nossas
riquezas com grupos gananciosos, predadores, nada confiáveis.
Alem do mais, enorme contradição. Bendine afirma que a
produção do pré-sal, aumentará 70 por cento por outro lado informa com ares
oficiais, que a falta de equipamentos obriga a entrada de grupos avidos de fora.
A corrupção na Petro, (que denuncio desde 1975, quando
o “japonezinho” Shigeaki Ueki Presidente da empresa, fez fortuna e hoje vive no
Texas como bilionário) pode ter acabado, o que duvido. Mas a “desadministração”
continua. Por isso insisto no exemplo da galinha e do ovo: “Quem nasceu
primeiro, a corrupção ou a má-administração”.
A propósito: corrupção não prescreve. Em plena
ditadura, Ueki roubou fartamente. Denunciado, foi promovido, passou a Ministro
de Minas e Energia, a quem a Petrobras é hierarquicamente subordinada.
Não podem chama-lo para a CPI da fantasia, perdão, da
Petrobras. Quanta ingenuidade. Se não convocaram os empreiteiros que roubaram e
corromperam agora, por que convocar alguém que roubou alucinadamente em plena
ditadura?
PS- Depois do degradante, humilhante e vergonhoso
espetáculo da Bonbonera (estádio do Boca Juniors) que marcou para sempre a
Libertadores, é preciso contar como surgiu essa competição. Em 1948,
corajosamente, a Federação do Chile resolveu organizar esse torneio, com
campeões dos 10 países da América do Sul.
PS2- O representante do Brasil foi o então poderoso
time do Vasco da Gama, identificado como “expresso da vitória”. O presidente da
Vasco, Ciro Aranha, (irmão do estadista Osvaldo e do Luiz, presidente do
Botafogo) me convidou. Aceitei, naquela época quase nem havia voo comercial,
comigo apenas Ricardo Serran, do Globo e Oduvaldo Cozzi, expoente da Radio
Nacional.
PS3- jogavam todos contra todos, ficamos lá 45 dias, eu
mandando matéria para a revista O Cruzeiro, o Cozzi numa das primeiras
transmissões internacionais. Os favoritos, Vasco e River Plate. Os dois times
tinham ataques goleadores, chegaram á afinal o jogo terminou zero a zero, o
Vasco campeão, jogava pelo empate.
PS4- O River tinha um jogador que pela primeira vez se
apresentava fora do país. Seu nome, Di Stefano, apelidado de “sete rubio”, por
causa da cor dos cabelos.
PS5- Um gênio do futebol, logo depois vendido ao Real
Madrid, onde jogou a vida inteira. Foi comprado com dinheiro liberado pelo
ditador Franco, que tinha horror e ódio do Barcelona. Esportivamente sempre
ganhava do Real e politicamente como cidade-país, fazia oposição á ditadura.
PS6- Essa pré-Libertadores foi criada para ser um
confronto esportivo, e uma competição fraternal. Acabou nisso que se vê, com
Boca “inocentado” de tudo. Pelo menos enquanto escrevo.
Comentários através do e-mail: blogheliofernandes@gmail.com
Prezados,
Sou pesquisadora da área de Linguística e
estou desenvolvendo um trabalho sobre identificação de autoria. Na busca por
materiais de jornalistas que publicaram na época da ditadura militar com
pseudônimos, me deparei com o Sr. Helio Fernandes que escrevia com pseudônimo
de 'João da Silva', porém não há acesso a textos publicados nesta época, nem
com o nome original do jornalista, nem com o pseudônimo. Gostaria de saber como
acessar estes textos para a pesquisa. Também gostaria de saber se há outros
jornalistas e seus respectivos textos que foram perseguidos nesta época (com
pseudônimos).
Grata,
ZELI MIRANDA GUTIERREZ GONZALEZ
Mestra Linguística Aplicada - PUC-SP
Doutoranda Linguística Aplicada - PUC-SP
...
Helio,
É verdade que você mal ajudou a eleição
presidencial de Juscelino e assim que ele tomou posse, você passou para a
oposição? E quanto a Carlos Lacerda no governo, aconteceu o mesmo.
Lucio
Caldeira – Belo horizonte – MG