HELIO FERNANDES - Via blog do autor -
Foi injusta, ingrata, inglória, incoerente ao sair do PT atirando no
partido que lhe proporcionou tudo. Muita gente compreende a decepção e
frustração de não ter chegado á presidência, principalmente por ter sido
superada e ultrapassada por Dona Dilma. Chorou quando Lula indicou Dilma em
2010 para sucedê-lo. Esperava a indicação, sua arrogância maior e mais perigosa
do que o Everest. Teve todas as chances, não aproveitou por incompetência, sua
e não de Lula ou do PT.
Eleita prefeita de São Paulo capital, tinha tudo á disposição, mas
precisava fazer uma grande administração. Não fez, foi derrotada no cargo e na
reeleição. Quatro anos depois, nova derrota aí com o apoio de Maluf.
Sobrou para ela, por generosidade do partido, a disputa de um lugar no
Senado. Duas vagas, mas três candidatos fortes. Aloizio Nunes Ferreira, que se
elegeu. E os dois do PMDB, sendo Orestes Quércia, reeleitissimo. Durante a
campanha, fato inédito: Quércia e o companheiro morreram, eis Dona Marta
eleita.
Assumiu, foi logo para o Ministério do Turismo, com Lula. E mais tarde
passou para cultura, nomeada pela presidente Dilma, que ela odiava e invejava.
Tudo aconteceu no Paraná
O estado não sai das manchetes de forma positiva ou negativa. Começou
com a Lava- Jato impulsionadas pela Policia Civil e Federal, Ministério Público
Federal, apoiada e referendada pelo Juiz Federal Sergio Moro. Pela primeira
vez, um sopro de indignidade, de repressão, de justiça, de revolta, pairou
sobre o Brasil.
Poderosos senhores foram para a cadeia, 23 empresas que assaltaram a
Petrobras, presos imediatamente e investigados por corrupção alucinada.
Diretores da maior empresa brasileira, e 35 políticos com mandatos, por
enquanto investigados. Brasília se transformou numa fortaleza do medo e do pânico.
Eles se perguntavam: “Mas como podem nos prender, não fizemos nada?”. Esse
NADA, foi revelado pela própria presidente da Petrobras, Graça Foster, como
tendo “chegado a 88 BILHÕES de reais”.
Inesperadamente as cadeias do Paraná se esvaziaram o Ministro Dias
Toffoli foi colocado na Turma do Supremo que vai julga-los, na primeira
oportunidade mandou soltá-los. É o fim ou o “amaciamento” da maior campanha de
possível condenação aos corruptos-corruptores?
Parece, 35 políticos com mandato, que seriam (serão?) julgados pelo
Supremo, ganharam mais tempo, voltaram á tranquilidade, felicidade, estão
pertos da impunidade. Não acreditei, também não desacredito, mas que os ventos
estão soprando com menos intensidade e favorecendo o crime, nenhuma dúvida.
Basta ouvir os rumores vindos dos altos escalões, e ler os “editoriais” dos
jornalões.
Ficando na área do Supremo, outro personagem do Paraná, ganha manchetes,
holofotes, ficam em evidencia. Luiz Edson Fachin, indicado para a vaga de
Joaquim Barbosa, surpreende o país. Sai em passeata pelos corredores e
gabinetes do Senado, (que deve sabatina-lo) transforma adversários em
correligionários.
Une PSDB, PMDB em apoio ao candidato do PT. Alvaro Dias e Requião
duelaram sempre, estiveram no poder, agora se uniram inesperadamente, numa
explosão de contradição. O senador do PSDB chegou a dizer: “Se Fachin não fosse
do Paraná, votaria contra ele”.
Os futuros ministros nascem numa localidade, num estado. Mas pela
primeira vez, o Supremo terá um Ministro estadual, perdão, estadualizado.
Finalmente o governador Beto Richa, que não poderia fugir desse festival
de incoerência ou incongruência. Massacrou os professores que estavam em greve
pacífica por melhores salários. A "Pátria educadora" paga misérias
aos que ensinam. Sem professores não existe nem. Pátria nem educadora. (Do
orçamento da União retiraram 8 BILHÕES).
Aplaudida pelo governador, a polícia massacrou os professores, atirou
bombas de gás e balas de borracha. Mesmo feridos, mais de 200 foram presos. Por
entendimento do Executivo e Legislativo, os professores não puderam conversar
com os deputados que elegeram.
O governador não respeitou nem o calendário, suprimiu o 1º de maio, do
dia 30 passou para o dia 2. Conheci muito o pai desse Beto, deputado, senador,
governador José Richa. Excelente personagem, a genética não funcionou.
PS- A casa do jornalista, a ABI, que muita história tem a contar, cujo
passado a tornou um monumento da Democracia, Liberdade e Justiça, está sob
estado ditatorial. O atual presidente, o apresentador ex-global Domingos
Meirelles, passou a conversa em jornalistas desavisados, e conseguiu ser eleito
no ano passado, logo após uma longa demanda judicial para saber quem
completaria a gestão do meu amigo e falecido presidente Mauricio Azedo.
PS2- Agora mergulhada nas “trevas” da incerteza, se tem informações, de
que seus andares vazios não podem ser alugados por conta de execuções fiscais e
trabalhistas que fragilizam um contrato de locação com empresas idôneas. O
aluguel de sua maior loja, uma das maiores do centro da cidade, na Araujo Porto
Alegre, esquina com a Rua México, é produto de uma negociação sui generis,
vale ao menos R$ 70 mil por mês, foi renovado com um aluguel de 35 mil. Suas
reuniões do Conselho todas anuladas bem como todos os atos decorrentes de uma
reunião de 26 de Janeiro deste ano, estão suspensos por ordem da Justiça. Dai
que contrariando o que informa o site da ABI, a eleição de 28 de abril está sub
judice.
PS3- O seu diretor de administração afastado através de uma manobra
política, nesta mesma Ata suspensa, retornou ao cargo, por ordem judicial, sob
pena de Meirelles pagar multa de 5 mil por cada ato do diretor administrativo
que impedir seja executado ou contrariado. Segundo divulgado a ABI está
fechando suas contas com déficit todos os meses, apesar de faturar 2,4
milhões/ano. Por conta de uma eleição que está sendo anulada na Justiça, ele e
seu grupo, de inominados personagens, a maioria do escritório da ABI em São
Paulo, rasgaram solenemente o Estatuto e o Regulamento eleitoral para concorrer
com sua chapa única a eleição de 28 de abril que renova 1/3 dos membros do
Conselho Deliberativo.
PS4- Na Assembleia Geral do dia 27 de abril, o microfone foi usado por
renomados sócios da ABI, para denunciar essas e outras irregularidades. Das
quais as graves: não aprovação de suas contas; uso da máquina administrativa
para confeccionar e enviar pelo correio; um panfleto, fantasioso, com promessas
que ele já teria que ter cumprido, mas que nunca irá cumprir; arrombamento da
gaveta onde arquivam os processos de sindicância para inscrição de novos
associados; denuncia da existência de várias ações e queixas crimes e a queixa
geral de que o presidente é um gazeteiro e só despacha na ABI duas vezes por
semana, assim mesmo após as 15 horas.
PS5- A Assembleia mal conduzida sequer aprovou os itens da sua pauta,
isso sem contar a “vergonha” que o presidente passou, em pleno auditório,
quando a Oficial de Justiça entregou a Notificação da Decisão Judicial que
reconduziu ao cargo o diretor afastado.
PS6- É tenebroso, escabroso e dilacerante o quadro que se formou, na
nossa querida e honrada Casa do Jornalista. Agora um grupo de jornalistas
promete contratar uma Auditoria para levantar as falhas nas contas da ABI. Se
provado que houve maquiagem na contadoria, e referendadas sem o devido esmero
por manobra no Conselho Fiscal, Meirelles terá pela frente o inevitável pedido
do seu impeachment (que palavra).
PS7- O vereador Celio Luparelli (DEM) apresentou projeto,
"Proibindo visitas aos morros do Rio". Em vez de aprovação, devia
haver cassação. Alegação: "Esse é um turismo degradante, os estrangeiros
gostam de assistir o espetáculo da miséria".
PS8- Todas as comunidades estão justamente contra essa proibição. Além
de inconstitucional, atinge o "direito de ir e vir", espírito
mesquinho e tacanho do vereador. O que atrai nas favelas é a superioridade e
não a inferioridade que está na alma e no coração do vereador.
PS9- O assassinato (politicamente perturbador para o PT) do prefeito de
Santo André, Celso Daniel, atravessa anos sem ver desvendado. São muitos os
implicados. Muitos e poderosos.
PS10- Parece um romance policial não completado porque o romancista morreu.
Mas o fato já se transformou e peça de teatro, estreou em São Paulo.


