Por LÚCIO FLÁVIO PINTO -Via blog do autor -
Os chineses estão usando suas enormes reservas financeiras para
garantir seu suprimento de matérias primas e a venda dos seus produtos
industrializados. Por estar cada vez mais encrencado no mercado
financeiro mundial, na iminência de perder o grau de investimento das
agências internacionais de risco, o Brasil se tornou um alvo
prioritário.
Em 2009 o Banco de Desenvolvimento da China emprestou 10 bilhões de
dólares ao Brasil em troca da compra de equipamentos produzidos na
China. Mesmo asfixiada pela Operação Lava-Jato, a Petrobrás obteve agora
financiamento de US$ 3,5 bilhões em troca da reserva de petróleo bruto
para os chineses.
Garantia de relações de troca desfavoráveis. Para o Brasil, é claro,
que paga juros e taxas mais onerosas, e ainda movimenta o parque
industrial da China.
Vazamento de dinheiro
Nas estatísticas que usou na sua apresentação ao Senado, no mês
passado, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy retrocedeu, em geral, ao
início do governo Dilma Rousseff, em 2011, data a partir da qual estão
os dados que divulgou. Mas ao tratar das transferências feitas pelo
tesouro nacional ao BNDES, tomou como ponto de partida o ano de 2008,
quando o valor foi de apenas 40 bilhões de reais.
Em 2009, porém, ainda na administração Lula, as transferências da
União cresceram para R$ 105 bilhões, patamar no qual se mantiveram em
2010. Baixaram para R$ 60 bilhões no primeiro ano de Dilma, seguindo
nesse sentido nos dois anos seguintes (R$ 45 bilhões e R$ 41 bilhões).
Em 2014, ano eleitoral, voltaram ao nível do primeiro ano da presidente,
R$ 60 milhões.
A criação das multinacionais brasileiras, como a Friboi, custou ao
caixa do tesouro, nesses sete anos de PT, R$ 426 bilhões, na forma de
transferência ao BNDES, o equivalente a quase 10% do PIB de 2013.
