ALCYR CAVALCANTI -
O Brasil é um dos maiores consumidores de drogas em todo o mundo, além
de um corredor privilegiado para a distribuição em outros países, sendo
que o Rio de Janeiro concentra grande parte da produção e refino da
cocaína. Apesar de tudo não é uma guerra, mas intensas situações de
conflito localizadas em várias áreas da cidade ocupadas pelas UPPs, que
vêm mostrar a pouca eficiência das Unidades de Pacificação. Na
Rocinha, Mangueira, Complexo do Alemão e Maré os tiroteios trouxeram
terror em áreas ocupadas pelas forças da repressão. Doze mortos foi o
resultado de uma semana de conflitos para a tomada de territórios entre
as redes criminais Comando Vermelho-CV e Amigos dos Amigos-ADA em áreas
no Centro e Santa Tereza ocupadas pelas forças policiais. Os mais de 150
mil moradores das favelas do São Carlos, Mineira, Querosene, Fallet e
Coroa vivem sob ameaça e toque de recolher.
O comércio teve prejuízo de milhões, frequentemente obrigado a fechar as
portas. Sexta feira dia 15 de maio a população amanheceu em meio a um
tiroteio e fogo cruzado com ônibus incendiados em uma das principais
vias de acesso ao centro da cidade, a Rua Estácio de Sá. Protestos pela
execução de dois moto taxistas no alto do Morro de São Carlos foram
reprimidos com bombas de gás pela PM transformando o Estácio em uma zona
de guerra. O Morro de São Carlos é um local estratégico, com vários
acessos, e tem sido alvo de disputa há algum tempo, desde a morte do
"dono do morro" Adilson Balbino, muito querido pelos moradores, que
procurava manter independência, embora ligado ao Terceiro Comando.
A
disputa pelos pontos é comandada por Celso Pinheiro Pimenta o Play-Boy da
rede criminal ADA criado em Laranjeiras condenado a 15 anos de prisão e
foragido desde 2009, que tem sua base de atuação no Morro da Pedreira. Play-Boy disputa os pontos com Anderson Rosa o Coelho.
Celso Pinheiro tem desafiado a policia com vídeos procurando mostrar
seu poderio, como no sinistro "ballet aquático" em piscina olímpica, com
fundo musical de rajadas de fuzil.
