ALCYR CAVALCANTI -
Paulo Roberto Costa ex-diretor da Petrobras, em prisão domiciliar beneficiado pela delação premiada em depoimento à CPI acusou vários senadores, deputados e ex-ministros como maus políticos que foram a causa da corrupção na estatal.
Costa é funcionário de carreira há mais de 25 anos e foi durante oito
anos importante diretor da Petrobras. Paulo Roberto sabe de muitas
coisas envolvendo políticos de todos os matizes. Em abril de 2014 tentou
sumir com documentos e destruir provas, mas a Policia Federal chegou
antes. Tinha relações de amizade com muitos políticos, devido a ter
cargo muito importante na empresa e era conhecido pelos mais íntimos
como "Paulinho". Interpelado pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP) que leu uma
lista de 50 nomes, Costa declarou que forneceu benefícios a 29 deles,
citando entre outros Renan Calheiros, Edison Lobão que foi ministro de
Minas e Energia e Paulo Bernardo ex-ministro das Comunicações. Costa
também declarou que a péssima gestão foi a causa principal da situação
em que se encontra a empresa e culpou Guido Mantega ex-ministro da
Fazenda e presidente do Conselho de Administração e a presidente Dilma
Roussef por manter os preços da gasolina artificialmente baixos. Para o
ex-diretor " "A Lava-Jato é apenas uma parte, apenas 10% do rombo da
Petrobras. O maior problema da Petrobras é a gestão". Costa admitiu que
intermediou doações de empresas envolvidas na Operação Lava-Jato para a
campanha de Sergio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Costa fez depoimento
de mais de seis horas e disse estar profundamente arrependido.
Centenas de perguntas forma feitas, mas acredito que uma delas resume a
novela da corrupção: "Até agora técnicos e empreiteiros foram presos.
Quando vai chegar a vez dos políticos". A pergunta foi feita pela
deputada Clarissa Garotinho.



