30.4.15

1º DE MAIO É DIA DE LUTA DOS TRABALHADORES

Via APN -


Em defesa dos direitos, da democracia e do combate à corrupção, diversas centrais sindicais e movimentos sociais organizam ato político-cultural unificado no Rio de Janeiro para marcar o Dia do Trabalhador. Mobilização foca na luta contra a PL 4330 que libera a terceirização no Brasil.

O ano de 2015 começou com muitos ataques aos direitos dos trabalhadores. A aprovação no Congresso Nacional da PL 4330 que amplia o processo de terceirização no país e as medidas provisórias que retiram direitos dos trabalhadores, como o endurecimento do seguro-desemprego, ameaçam conquistas históricas. Diante dessa ofessinva conversadora e patronal, os trabalhadores se organizam para resistir. É nesse sentido que deiversas centrais sindicais e movimentos sociais do Rio de Janeiro se mobilizaram em torno da construção unificada do Dia do Trabalhador.

Mesmo diante de protestos por parte de centrais sindicais e organizações populares, a Câmara dos Deputados aprovou, na noite de quarta, 22 de abril, o Projeto de Lei 4.330/04 que abre as portas para que as empresas possam subcontratar todos os seus serviços, incluindo a atividade-fim. Por 230 votos a favor e 203 contra, o plenário referendou texto do relator, deputado Arthur Maia (SD-BA). O projeto da terceirização segue agora para o Senado, onde pode sofrer mudanças. E depois para ainda depende de sanção presidencial.

PL 4330 libera terceirização e amplia precarização do trabalho 

A nova lei da terceirização só é boa para o patrão, que vai terceirizar sempre que isso lhe trouxer uma redução de custos. A medida trará economia na folha de pagamento e nos encargos trabalhistas das empresas. Mas uma consequência direta dessa economia é a redução do valor pago ao empregado terceirizado, que terá sua situação precarizada. Ou seja, se o empresário gasta menos ao terceirizar, o valor pago à companhia contratada será menor, e o salário que essa empresa paga a seus funcionários será mais baixo do que o recebido antes.

Outra faceta negativa da terceirização para os trabalhadores é o enfraquecimento dos sindicatos, o que também afetaria negativamente os salários. O projeto de lei não garante a filiação dos terceirizados no sindicato da atividade da empresa, o que é muito prejudicial. Se antes o faxineiro de um banco fazia parte do sindicato dos bancários, que é forte, após a terceirização ele integrará a entidade de classe da empresa terceirizada. Os terceirizados podem passar a ser representados por diferentes categorias, e perdem benefícios conquistados pelo setor, como piso salarial maior e plano de saúde, além de ver seu poder de barganha reduzido. 

No Rio de Janeiro, o Dia do Trabalhador é de muitas lutas 

O 1º de Maio será um momento importante de luta contra as políticas que retiram direitos dos trabalhadores, sejam essas medidas nefastas praticadas pelos governos federal, estadual, municipais ou pelos Congresso Nacional. As organizações envolvidas na articulação da atividade no Rio de Janeiro destacam a necessidade de avançar na unificação das pautas dos diversos movimentos sociais e no fortalecimento da mobilização popular.

O ato político cultural desta sexta-feira aponta a emergência da efetivação da Reforma Agrária e Urbana, combatendo a terra para quem nela quer trabalhar e produzir, assim como fazendo valer o direito à cidade e a função social da propriedade. Os trabalhadores repudiam os despejos e as remoções forçadas promovidos pelos mega-eventos e por ações elititas dos gestores da cidade-negócio. Nesse sentido, a mobilidade urbana é um elemento fundamental. Políticas de transporte de massa e redução das tarifas desses serviços são fundamentais. Assim como uma política de segurança pública que garanta a vida e não a guerra contra os pobres. O genocídio do povo negro nas favelas e periferias precisa ter fim. Chega de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais!

Também é urgente a mobilização contra redução da maioridade penal, que tramita de forma acelerada no Congresso. Redução não é solução para violência, o que precisamos é combater a desigualdade e a garantir o pleno acesso à educação, saúde, cultura. Dessa forma, começamos a construir uma política de segurança pública efetivamente transformadora baseada na prevenção e na defesa da vida. 

Defesa da Petrobrás também em pauta 

No contexto do Operação Lava Jato, os movimentos sociais reafirmam seu compromisso pleno com o combate à corrupção e confisco de bens de corruptos e corruptores. Entretanto, da mesma forma reforçam a defesa da Petrobrás 100% pública e estatal, sob controle dos trabalhadores, e da luta contra os leilões do petróleo, que privatizam uma área estratégica que deveria estar completamente a serviço da resolução dos graves problemas sociais e ambientais do nosso povo. A reivindicação dos 10% do PIB brasileiro para educação pública e a defesa da saúde pública e do SUS são fundamentais para tirar essas duas pautas dos discursos e colocá-las com prioridade no orçamento. A redução da jornada de trabalho é outra demanda importante na luta por direitos.

A luta pela democratização da mídia e pela reforma política são duas frentes de mobilização centrais para romper com esse sistema viciado e corruptor. Precisamos garantir a pluralidade de veículos de comunicação, quebrando com a ditadura do pensamento único do oligopólio midiático. Um reforma política que proíba o financiamento empresarial de campanha é determinante para garantir condições mais igualitárias de disputa do processo eleitoral, favorecendo o debate de ideias e não a compra de votos. A taxação das grandes fortunas é outra iniciativa necessária no sentido da construção de uma sociedade menos desigual.

Enfim, do combate às privatizações até a garantia dos direitos das mulheres, negros e LGBTs, todos sonhos e mobilizações de libertação do povo terão seu espaço garantido nos Arcos da Lapa nesse Primeiro de Maio. Trabalhadores unidos na luta por direitos! 

Fonte: APN/Jornal do Primeiro de Maio Unificado do Rio de Janeiro.