25.1.19

VALE DO RIO DOCE SEGUE FATURANDO COM O SUOR DOS TRABALHADORES SOTERRADOS PELA LAMA TÓXICA

ANDRÉ MOREAU -

Outra barragem da mineradora Vale do Rio Doce, agora a do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, estourou (25), causando mais uma tragédia ambiental. Dessa vez pode ter levado a morte, trezentos moradores desavisados - desaparecidos - da comunidade do distrito Vila Ferteco e turistas (até a conclusão deste artigo), causando impactos social e psicológico aos sobreviventes.

 
A avalanche de lama e rejeitos químicos (metal pesado, redutores ácidos, Etc.) desceu morro abaixo até as águas claras do Rio Paraopeba (que nasce no sul do município de Cristiano Otoni e sua foz está na represa de Três Marias, no município de Felixlândia), sem que houvesse por parte dos administradores - estadunidenses e brasileiros -, qualquer tipo de plano para alertar a população local e/ou, visando conter o alastramento da tragédia, conforme acordado após a catástrofe de Mariana.

 
A dimensão da recente tragédia desse complexo de treze mineradoras que também atingiu parte da área administrativa da Vale do Rio Doce, pode ser calculada levando-se em conta os cinqüenta e seis milhões de metros cúbicos de rejeitos químicos que estavam contidos na barragem da Samarco, em Bento Rodrigues, Mariana.

 
Cumpre lembrar que a Samarco também tem a Vale do Rio Doce como uma das administradoras/proprietária e que naquela tragédia, a falta de planejamento e a falta de fiscalização dos órgãos federais, ficaram evidentes. O que pode ser concluído em função da falta de ação diante do impacto que chegou a atingir estados vizinhos como, por exemplo, o Espírito Santos.

 
Em Mariana, vale ressaltar, ninguém foi ressarcido devidamente, inclusive porque, a agricultura familiar e a pesca, principais fontes de sobrevivência, se tornaram práticas restrita e/ou proibida, já que o solo e a água se encontram contaminados até hoje. Para piorar o quadro de agonia humana, os responsáveis pela catástrofe seguem usufruindo das riquezas conquistas com o suor dos trabalhadores soterrados pela lama tóxica. 


Vale cumprimentar os presidentes Jair Bolsonaro que, no discurso de dez minutos em Davos, ressaltou que o Brasil é o País que mais cuida do seu meio ambiente e Fernando Henrique Cardoso, responsável pela privatização da Vale do Rio Doce para empresários dos Estados Unidos e também responsável pela implantação do regime neoliberal no Brasil, oriundo da ditadura no Chile (1973/1990), imposta pelo General Augusto Pinochet com apoio dos Chicago Boys de Milton Friedman, que da mesma forma que pretendem fazer no Brasil, privatizaram a previdência social causando a maior onda de suicídios entre chilenos maiores de setenta anos, de que se tem notícia na história recente.

 
Diante de tantas catástrofes, cabe perguntar aos senhores dos meios de comunicação conservadores: quando as concessionárias administras pelos senhores vão passar a cobrar “sem ideologia” os verdadeiros culpados? 


Ou pretendem deixar os “sujeitos do suposto saber” continuarem promovendo a devastação do território brasileiro e da força de trabalho humano, em nome do “deus” mercado e dos vultuosos contratos de publicidade institucional do governo federal que os senhores tanto almejam contratar? 


Ainda falando de ecologia, sem deixar de lado o Humano e o Direito, qual empresário responsável pela catástrofe social em Mariana, foi punido pela justiça? 


Ou somente pseudos corruptos podem ir para o cárcere no território que retorna debaixo de choques da doutrina de Friedman, aos tempos da ilha de Vera Cruz? 


Como Direitos Humanos servem somente para justificar o massacre a população que elegeu seu presidente, aqui continuamos ao Deus dará, atentos aos planos de diminuição de direitos e resistindo aos choques de mentiras repetidas que descem do norte.


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André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de Imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção da ABI nas eleições de 2016-2019 jornalabi.blogspot.com