HELIO FERNANDES -
Surpresa total. Estava assentado e acertado: ele voltaria
de Davos dia 27, a cirurgia estava marcada para o dia 28. Iria direto para o hospital. Mourão continuaria como vice, no cargo de presidente interino. A
cirurgia e a recuperação, estavam previstas para 10 dias.
Seria uma interinidade longa. Mas ontem o presidente
modificou todo o roteiro, e comunicou ao vice.
Chegará no dia 27 mesmo, quer que o vice espere no
aeroporto, para passar o cargo imediatamente, ele já estará no Brasil. Será
operado como presidente em exercício. Os médicos calculam que em 10 dias poderá
voltar para casa e para o Planalto. Durante os 2 ou 3 primeiros dias despachará
do hospital. Só receberá o porta-voz. E excepcionalmente, autorizado pelos
médicos, o general Augusto Heleno, indispensável.
Será montado ao lado do hospital, uma replica do
Planalto, (mínima, claro) sempre com médicos do lado, sem assistir reuniões e
despachos do presidente. Isso é inédito. Mas rigorosamente constitucional.
Mourão voltará a ser interino em março, Bolsonaro vai aos
EUA. E em fevereiro para Israel. Só para mostrar a diferença com os EUA. Lá o vice
só assume definitivamente.
PS- Em 1896 o presidente foi assassinado 6 meses depois
da posse. Assumiu o vice Theodore Roosevelt foi reeleito em 2000 e 2004.
PS2- Em 2008 não quis mais. Em 2012, voltou a querer. Os
2 granes partidos já tinham candidato, fundou o PP e disputou.
PS3- Não se elegeu mas tirou segundo, derrotando o
candidato Republicano.
O VICE EM EXERCÍCIO, A ÉTICA E A ESTÉTICA
O general Mourão fez uma carreira atribulada e
atormentada. E principalmente surpreendente. Ignorado, comandava um batalhão
armado no interior do RGS. Foi fazer conferencia num clube de elite, afirmou:
"O Brasil precisa de uma intervenção militar". Repercutiu muito mal.
O comandante do Exercito, general Villasboas mandou demiti-lo. E logo depois
passou-o para a reserva. Parecia liquidado.
Jair Bolsonaro insistia com o senador evangélico
delirante, Magno Malta que fosse seu vice. Achando que tinha a reeleição
garantida, recusou. Bolsonaro, que teve todos os convites recusados, apelou
para o general Mourão. Este que sem explicação, convicção ou duvidas, tinha sido
feito presidente do Clube Militar, aceitou na hora.
Sem respeito à Bolsonaro conviveu com ele, ás
"caneladas", palavra cunhada por Bolsonaro.
Sem ÉTICA, eleito, antes da posse, deu entrevista
coletiva, explicando, todos lembram: "Quem vai assumir sou eu, Bolsonaro
não tem condições físicas de assumir".
Agora, na primeira viagem o presidente teve que passar o
cargo ao vice, para uma interinidade longa, por causa da cirurgia. Só que ontem,
como revelei com exclusividade e com detalhes, Bolsonaro devolveu-o ao segundo
lugar a partir de sexta feira. Mourão sentiu o golpe, mas tem que esperar as
próximas viagens, em fevereiro e março.
PS- Assim como Bolsonaro não podia ser presidente, Mourão
não podia ser vice presidente. Não tem nem compostura para se vestir, essa é
uma ESTÉTICA importantíssima de preocupação.
PS2- Diariamente exibe sapato preto com meia marrom, ou
sapato marrom com meia preta. Não sabe de nada, mesmo as mais simples.