23.1.19

BOLSONARO REDUZIU A INTERINIDADE DO VICE MOURÃO

HELIO FERNANDES -


Surpresa total. Estava assentado e acertado: ele voltaria de Davos dia 27, a cirurgia estava marcada para o dia 28. Iria direto para o hospital. Mourão continuaria como vice, no cargo de presidente interino. A cirurgia e a recuperação, estavam previstas para 10 dias.

Seria uma interinidade longa. Mas ontem o presidente modificou todo o roteiro, e comunicou ao vice.

Chegará no dia 27 mesmo, quer que o vice espere no aeroporto, para passar o cargo imediatamente, ele já estará no Brasil. Será operado como presidente em exercício. Os médicos calculam que em 10 dias poderá voltar para casa e para o Planalto. Durante os 2 ou 3 primeiros dias despachará do hospital. Só receberá o porta-voz. E excepcionalmente, autorizado pelos médicos, o general Augusto Heleno, indispensável.

Será montado ao lado do hospital, uma replica do Planalto, (mínima, claro) sempre com médicos do lado, sem assistir reuniões e despachos do presidente. Isso é inédito. Mas rigorosamente constitucional.

Mourão voltará a ser interino em março, Bolsonaro vai aos EUA. E em fevereiro para Israel. Só para mostrar a diferença com os EUA. Lá o vice só assume definitivamente.

PS- Em 1896 o presidente foi assassinado 6 meses depois da posse. Assumiu o vice Theodore Roosevelt  foi reeleito em 2000 e 2004.

PS2- Em 2008 não quis mais. Em 2012, voltou a querer. Os 2 granes partidos já tinham candidato, fundou o PP e disputou.

PS3- Não se elegeu mas tirou segundo, derrotando o  candidato Republicano.

O VICE EM EXERCÍCIO, A ÉTICA E A ESTÉTICA

O general Mourão fez uma carreira atribulada e atormentada. E principalmente surpreendente. Ignorado, comandava um batalhão armado no interior do RGS. Foi fazer conferencia num clube de elite, afirmou: "O Brasil precisa de uma intervenção militar". Repercutiu muito mal. O comandante do Exercito, general Villasboas mandou demiti-lo. E logo depois passou-o para a reserva. Parecia liquidado.

Jair Bolsonaro insistia com o senador evangélico delirante, Magno Malta que fosse seu vice. Achando que tinha a reeleição garantida, recusou. Bolsonaro, que teve todos os convites recusados, apelou para o general Mourão. Este que sem explicação, convicção ou duvidas, tinha sido feito presidente do Clube Militar, aceitou na hora.

Sem respeito à Bolsonaro conviveu com ele, ás "caneladas", palavra cunhada por Bolsonaro.

Sem ÉTICA, eleito, antes da posse, deu entrevista coletiva, explicando, todos lembram: "Quem vai assumir sou eu, Bolsonaro não tem condições físicas de assumir".

Agora, na primeira viagem o presidente teve que passar o cargo ao vice, para uma interinidade longa, por causa da cirurgia. Só que ontem, como revelei com exclusividade e com detalhes, Bolsonaro devolveu-o ao segundo lugar a partir de sexta feira. Mourão sentiu o golpe, mas tem que esperar as próximas viagens, em fevereiro e março.

PS- Assim como Bolsonaro não podia ser presidente, Mourão não podia ser vice presidente. Não tem nem compostura para se vestir, essa é uma ESTÉTICA importantíssima de preocupação.

PS2- Diariamente exibe sapato preto com meia marrom, ou sapato marrom com meia preta. Não sabe de nada, mesmo as mais simples.