HELIO FERNANDES -
Sua primeira realização (?) que chamou de compromisso de
campanha, foi à questão das armas. POSSE e PORTE. Podia utilizar MP, executou a
primeira parte, tão ampla que vai armar os ricos e poderosos. Sentiu que o
PORTE, estava sendo repudiado, abandonou a ideia. Não se fala mais no assunto. Mas
fez afirmações tão absurdas que foi desmentido por auxiliares de escalões
inferiores. Varias vezes.
Será submetido á famosa cirurgia na segunda feira. Estava
acertado que continuaria licenciado. Já mudou tudo, vai para o hospital depois
de reassumir a presidência. Em Davos desistiu do segundo discurso, trocou por
entrevista coletiva. Quase em cima da hora, com dezenas de jornalistas
estrangeiros esperando, cancelou também esse compromisso.
Na segunda feira, fez uma declaração surpreendente mas
afirmativa. A respeito do escândalo que envolve o filho Flavio com milicianos:
"Se errou tem que pagar. Como pai, lamento, mas não podemos aceitar certas
coisas". Naturalmente Flavio reclamou, filho de presidente quer ser tratado
como filho de presidente.
Ontem voltou a publico sobre o mesmo assunto, desmentiu
tudo o que dissera. Textual, incisivo e definitivo: "A investigação sobre
Flavio é arbitraria. Tentam me atingir”. O ex-magistrado agora ministro, tem razão:
"as instituições estão funcionando". Ele sabe das coisas, na própria
autoridade e independência, mas sabe.
Engrenado no desmentido e retrocesso, mais um sobre um
fato que criava muitos problemas: a inclusão dos militares na reforma da
Previdência.
Foi noticiado que o vice Mourão, em exercício, conseguira
que eles passariam a contribuir durante 35 anos em vez de 30. Era tão importante,
que Paulo Guedes pediu a Bolsonaro para "usar o seu prestigio e convencer
os militares" Como comentei na hora: o ministro não recebeu nem
resposta.
Ontem, Bolsonaro mudou tudo sozinho, e garantiu: "Os
militares entrarão na reforma na segunda fase, DEPOIS”. Se não sabem quando ou se
a primeira fase será aprovada nos "100 primeiros dias", a inclusão dos
militares, DEPOIS, é indefinível.
PAULO GUEDES REAFIRMA SEU OTIMISMO COM AS PRIVATIZAÇÕES
24 horas depois de convidado e aceitar ser ministro
múltiplo, deu entrevista coletiva, detalhando planos e prioridades. Disse que
seu objetivo principal, seria acabar com o altíssimo déficit do orçamento.
Afirmou: "È impossível conviver com esse rombo". E surpreendeu o
país: "Temos 400 estatais deficitárias, vamos privatizar todas".
Aí deu números espantosos: "Pretendemos conseguir
800 Bilhões de reais com essas negociações". E explicou que esse total era
maior que o déficit do orçamento. Durante o tempo de futuro ministro, e nos primeiros
20 dias já no cargo, deu atenção especial ao assunto. Foi à única atração
brasileira em Davos, conversou exaustivamente e com grande receptividade sobre
as privatizações.
Ontem confirmou seu otimismo, na citação mudou a moeda.
Antes falou em real, agora trocou para dólares, garantiu 20 bilhões a serem
recebidos ainda este ano. E alguns já falam num total de 200 bilhões de dólares
no total, não se sabe em quanto tempo. O pais tem que esperar para verificar se
não estão exagerando. E se existe mercado para tudo isso. De qualquer maneira,
garantido pelo ministro, para este ano, 20 bi de dólares, quase 80 bi de reais.
A BOVESPA, MAIS PERTO DOS 100 MIL PONTOS
Com a ajuda preciosa (negativa) de Bolsonaro. Como ele
comete mais erros e equívocos do que o presumível, permissível ou previsível, e
é presidente da Republica, não é preciso especular. Ontem pela primeira vez,
ultrapassou os 97 mil pontos. Facilmente.