25.1.19

BOLSONARO BATE RECORDES DE DESMENTIDOS, NEGATIVAS, RECUOS

HELIO FERNANDES -


Sua primeira realização (?) que chamou de compromisso de campanha, foi à questão das armas. POSSE e PORTE. Podia utilizar MP, executou a primeira parte, tão ampla que vai armar os ricos e poderosos. Sentiu que o PORTE, estava sendo repudiado, abandonou a ideia. Não se fala mais no assunto. Mas fez afirmações tão absurdas que foi desmentido por auxiliares de escalões inferiores. Varias vezes.

Será submetido á famosa cirurgia na segunda feira. Estava acertado que continuaria licenciado. Já mudou tudo, vai para o hospital depois de reassumir a presidência. Em Davos desistiu do segundo discurso, trocou por entrevista coletiva. Quase em cima da hora, com dezenas de jornalistas estrangeiros esperando, cancelou também esse compromisso.

Na segunda feira, fez uma declaração surpreendente mas afirmativa. A respeito do escândalo que envolve o filho Flavio com milicianos: "Se errou tem que pagar. Como pai, lamento, mas não podemos aceitar certas coisas". Naturalmente Flavio reclamou, filho de presidente quer ser tratado como filho de presidente.

Ontem voltou a publico sobre o mesmo assunto, desmentiu tudo o que dissera. Textual, incisivo e definitivo: "A investigação sobre Flavio é arbitraria. Tentam me atingir”. O ex-magistrado agora ministro, tem razão: "as instituições estão funcionando". Ele sabe das coisas, na própria autoridade e  independência, mas sabe.

Engrenado no desmentido e retrocesso, mais um sobre um fato que criava muitos problemas: a inclusão dos militares na reforma da Previdência.

Foi noticiado que o vice Mourão, em exercício, conseguira que eles passariam a contribuir durante 35 anos em vez de 30. Era tão importante, que Paulo Guedes pediu a Bolsonaro para "usar o seu prestigio e convencer os  militares" Como comentei na hora: o ministro não recebeu nem resposta.

Ontem, Bolsonaro mudou tudo sozinho, e garantiu: "Os militares entrarão na reforma na segunda fase, DEPOIS”. Se não sabem quando ou se a primeira fase será aprovada nos "100 primeiros dias", a inclusão dos militares, DEPOIS, é  indefinível.

PAULO GUEDES REAFIRMA SEU OTIMISMO COM AS PRIVATIZAÇÕES

24 horas depois de convidado e aceitar ser ministro múltiplo, deu entrevista coletiva, detalhando planos e prioridades. Disse que seu objetivo principal, seria acabar com o altíssimo déficit do orçamento. Afirmou: "È impossível conviver com esse rombo". E surpreendeu o país: "Temos 400 estatais deficitárias, vamos privatizar todas".

Aí deu números espantosos: "Pretendemos conseguir 800 Bilhões de reais com essas negociações". E explicou que esse total era maior que o déficit do orçamento. Durante o tempo de futuro ministro, e nos primeiros 20 dias já no cargo, deu atenção especial ao assunto. Foi à única atração brasileira em Davos, conversou exaustivamente e com grande receptividade sobre as privatizações.

Ontem confirmou seu otimismo, na citação mudou a moeda. Antes falou em real, agora trocou para dólares, garantiu 20 bilhões a serem recebidos ainda este ano. E alguns já falam num total de 200 bilhões de dólares no total, não se sabe em quanto tempo. O pais tem que esperar para verificar se não estão exagerando. E se existe mercado para tudo isso. De qualquer maneira, garantido pelo ministro, para este ano, 20 bi de dólares, quase 80 bi de reais.

A BOVESPA, MAIS PERTO DOS 100 MIL PONTOS

Com a ajuda preciosa (negativa) de Bolsonaro. Como ele comete mais erros e equívocos do que o presumível, permissível ou previsível, e é presidente da Republica, não é preciso especular. Ontem pela primeira vez, ultrapassou os 97 mil pontos. Facilmente.