ROGER MCNAUGHT -
A batalha pelo direito à informação livre na internet ganha
mais um capítulo sombrio. Desde o início
da veiculação das limitações que irão literalmente tornar proibitivo o uso da
internet para assistir vídeos – muitos sendo de relevante importância para
denúncias contra abusos cometidos pelo poder público – muito tem sido debatido
e os usuários tem se organizado em abaixo-assinados e organizações.
No último dia 14, o Ministro das Comunicações exigiu da
Anatel medidas para garantir o cumprimento dos contratos existentes, porém,
após a fatídica votação deste domingo que colocou o governo da presidente Dilma
em risco sério, o presidente da Anatel veio hoje, dia 18, à público para
retroceder em garantias dadas ao ministério e aos usuários.
Com palavras descabidas e até mesmo ofensivas aos usuários,
o presidente da Anatel, João Resende, afirmou que “A era da internet ilimitada
acabou” e que “o usuário brasileiro ficou mal acostumado”.
Tais colocações logo após essa significativa derrota do
governo PT diante da articulação PMDBista nos leva a crer que há mais além de
puro interesse econômico por detrás de tal limitação à informação.
A quem interessa novamente centralizar o fluxo de
informações e excluir a população de fontes alternativas? A quem interessa deixar a população sem
acesso ao contraditório? Após as
colocações de determinados deputados na noite de ontem, dignas de uma farsa,
onde parlamentares homenageavam torturadores e outros se portavam como quem
está sendo entrevistado em programa de auditório – mandando beijos para a
família e amigos, é possível desconfiar que há algo de ainda mais podre
ocorrendo. Há certamente algo bem
errado no ar e alguém deseja que a população não mais possa debater sobre isso
num futuro próximo.
Pela liberdade de expressão, pela democracia e pela
liberdade de imprensa.