CARLOS CHAGAS -
Inusitados sempre
acontecem, em períodos eleitorais. Ainda agora a tragédia que levou
Eduardo Campos virou a sucessão presidencial de cabeça para baixo, sendo
que Marina Silva ainda aparece como favorita no segundo turno, mesmo
tecnicamente empatada com Dilma Rousseff.
Como falta uma semana para o
primeiro turno, é bom manter um pé atrás. O que aconteceria, por
exemplo, se alguma publicação semanal ou diária divulgar mais uma lista
de supostos políticos corruptos, com novos deputados, senadores,
dirigentes partidários e até ministros?
Prejudicada estaria a
presidente Dilma, enfraquecendo-se o turbilhão de agressões que ela
desencadeia sobre Marina. Como o PT, já atingido em suas candidaturas a
governador e para o Congresso, não deixaria de sentir o golpe. Mas se
além do PT, PMDB e PP estiverem arrolados outros partidos como
participantes da corrupção? Seria barro no ventilador caso a delação
premiada de Alberto Youssef envolvesse o PSDB. Coitado do Aécio Neves.
Na hipótese de os petardos caírem no telhado do Partido Socialista, sua
candidata fatalmente perderá votos.
Os depoimentos do doleiro
estão sendo colhidos, como parecem já encerrados os do ex-diretor da
Petrobras, Paulo Roberto Costa, também explosivo, já tendo provocado
baixas na base de sustentação do governo e no próprio ministério. Que a
lista vai vazar, não se duvida. Resta saber quando, se antes ou depois
de encerrado o processo eleitoral. Apesar do sigilo, algum agente da
Polícia Federal ou integrante do Ministério Público dará com a língua
nos dentes. E quando as delações premiadas passarem ao crivo da Justiça?
Em suma, as campanhas
eleitorais prosseguem sob a égide do medo. Do pavor, até, em se tratando
de políticos candidatos ao Congresso e aos governos estaduais
porventura referidos pelos dois bandidos. Porque mesmo se eleitos,
muitos implicados na lambança da Petrobras poderão ter rejeitadas suas
diplomações, posses e até cassados durante o exercício de seus mandatos.
Bem feito.
A HORA DA VERDADE
A uma semana do primeiro
turno, chegou a hora de os institutos de pesquisa ajustarem seus números
para não passar vexames e perder clientes das próximas eleições. Tem
sido sempre assim. Em especial na escolha dos governadores, resultados
parciais tem sido “ajustados”, mas aproxima-se a hora da verdade, quando
o eleitorado costuma desmentir parte das consultas divulgadas. Sempre
haverá o artifício de dizer que foi eleitorado que mudou…